Questionando a exagerada locação de carro-pipa para distribuição de água no semiárido, o procurador da República Kelston Lages chegou a afirmar nesta segunda-feira (05), em entrevista coletiva, que os custos com esses alugueis dariam para construir a adutora do Sertão.
A Adutora do Sertão é considerada como uma alternativa viável, que resolveria os problemas com a seca de forma definitiva de pelo menos 51 municípios do semiárido piauiense. Na manhã de hoje, em uma audiência entre Ministério Público, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Codevasp, Exército, UFPI e assessor do senador Elmano Férrer foi discutido o projeto e a melhor forma de executá-lo.
De acordo com o procurador Kelston Lages, uma pesquisa revela que o que se gasta em oito anos com carros pipas no semiárido piauiense daria para construir a adutora do Sertão e resolver definitivamente o problema da seca.
“É uma indústria da seca, o que se gasta em oito anos com carros pipas no semiárido piauiense daria para construir a Adutora do Sertão. Por que as autoridades públicas, os gestores da bancada federal não se mobilizam para arrumar esses recursos. Já entrei com uma ação para agilizar e implementar a construção da adutora, pois a Constituição Federal garante que as pessoas tenham água”, afirma o procurador.
Elaborado pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais(CPRM), a estimativa de custo é de RS 1 bilhão, um custo considerado modesto diante da existência de 37 poços na região, o que barateia o orçamento em cerca de R$ 100 milhões.
“A CPRM dá total apoio ao projeto e está disposta a atender a demanda no que for possível, de tão forma que podemos encontrar uma solução definitiva para o problema de abastecimento de água no semiárido piauiense, que é uma situação crítica e grave em algumas áreas. Os carros pipas estão há 16 anos fazendo um trabalho emergencial, e aí vem a pergunta como pode um trabalho emergencial durar 16 anos? Está na hora de acabar com essa emergência , nós da CPRM estamos bem empenhados para resolver o problema”, afirma Francisco Lages, assessor da diretoria da CPRM.
De acordo o projeto, a água a ser captada é subterrânea, direto dos poços localizados na região do Vale do Gurgueia, passando pela adutora até o município de Caracol, onde fica o ponto mais alto, para, daí ser distribuídas para as demais 50 cidades através de uma rede tubular.
Entre os municípios a serem atendidos estão Acauã, Alagoinha, Alegrete, Anísio de Abreu, Avelino Lopes, Belém, Betânia, Bonfim, Caldeirão Grande, Campo Alegre do Fidalgo, Campo Grande, Capitão Gervásio Oliveira, Caracol, Caridade, Conceição do Canindé, Coronel José Dias, Corrente, Cristalândia, Curimatá, Curral Novo, Dirceu Arcoverde, Dom Inocêncio, Fartura, Francisco Macedo, Francisco Santos, Fronteiras, Guaribas, Jacobina, Jaicós, Júlio Borges, Jurema, Lagoa do Barro, Marcolândia, Massapê, Monsenhor Hipólito, Morro Cabeça no Tempo, Padre Marcos, Parnaguá, Patos, Paulistana, Pio IX, Queimada Nova, São Braz, São Francisco de Assis, São Julião, São Lourenço, São Raimundo Nonato, Sebastião Barros, Simões, Várzea Branca e Vila Nova.
Fonte: portalaz.com
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