Crônica: Seguir Lula é para os fortes (Por Odorico Carvalho)

Por Odorico Carvalho

Fui hoje a Marcolândia ver de perto a Caravana Lula Pelo Brasil. O local escolhido para o evento foi um lugar ermo, um descampado longe da cidade, sem uma árvore para abrigar as pessoas, debaixo das gigantescas pás das torres geradoras de energia eólica. 

Imagem: ReproduçãoLula em caravana pelo Nordeste.(Imagem:Reprodução)Lula em caravana pelo Nordeste.
A Caravana chegou com 3 horas de atraso. Ao passar por Araripina, em Pernambuco, uma multidão interrompeu o comboio e Lula teve que descer, tirar fotos, receber beijos, abraços, como vem acontecendo ao longo dos 9 estados nordestinos.

Achava-se que não haveria público em Marcolândia em razão do local escolhido. Mas as pessoas foram surgindo do mato, das estradas, em motos, bicicletas, à pé e foram se acotovelando em frente ao palco protegendo a moleira com cartazes, com as mãos espalmadas, do jeito que fosse possível. 

Ao chegar, Lula foi ovacionado aos gritos pelo povo, com o pipocar de fogos e a alegria de quem se vê, frente a frente, pela primeira vez, com o herói da classe trabalhadora, o homem que salvou milhares de vidas irremediavelmente condenadas à morte pela fome e pela pobreza. Se o local escolhido foi para evitar o povo, erraram: o povo compareceu em massa. 

Maria Kazé, líder do MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores, fez um discurso comovente, com o destemor de quem já viveu tudo, já enfrentou tudo e venceu. Lula ouviu calado. Depois fez brincadeiras com o nome do prefeito local, Chico ,Pitú, falou grosso contra os golpistas e jogou indiretas para a imprensa nacional que, segundo ele, acompanha a Caravana, mas não publica nada. 

Terminado o evento, a Caravana seguiu para Picos PI, onde, neste sábado, haverá um grande evento no bairro Pantanal. E nós fomos atrás bem perto das viaturas da Polícia e outros veículos com seguranças da comitiva. Em Alegrete, uma multidão tomou a pista e Lula, de novo, desceu do ônibus para receber os amassos de sempre. Ao chegar a Campo Grande, de novo, lá estava a multidão à espera. Já beirando as 14 horas, usei uma pista lateral, consegui me desvencilhar da carreata e segui viagem, enquanto, pelo retrovisor, vislumbrei a multidão em volta de Lula em mais um gesto de amor quase inexplicável pelo velho líder trabalhista. 

Enquanto dirigia, a música da Caravana não me saía da cabeça: “os cães ainda ladram, mas a caravana passa”. É verdade, meu querido Lula! Os cães rosnam nas sombras, tramam na escuridão, destilam ódio nas redes sociais. Mas sua coragem é um exemplo para todos nós. Seguir seus passos não é para fracos, mas sua força é nossa força e vice-versa. Estamos juntos.

Odorico Carvalho é bancário aposentado, advogado, cantor e compositor, membro da Academia de Letras da Região de Picos-ALERP

Fonte: Prof. Francisco de Assis Sousa via tvverdescampossat.com

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