Piauí é o 3º em apoio à diversidade, mas não incentiva a cultura, revela IBGE


O Piauí ocupa o 3º lugar do País que mais realiza ações de promoção à diversidade cultural. Por outro lado, em 2014 não promoveu ações de incentivo à produção cinematográfica, ao turismo cultural e tem a segunda menor média de equipamentos culturais – como teatros e bibliotecas – por município. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da pesquisa de Informações Básicas Estaduais e Municipais sobre a temática da cultura.

A pesquisa destacou o estado como um dos que mais promovem a diversidade cultural, considerando 13 segmentos específicos da população brasileira. Do total, o estado apresentou ações afirmativas para 11 grupos. Somente o estado de São Paulo promoveu ações para todos considerados na pesquisa. Logo depois ficou a Paraíba, garantindo apoio a 12 grupos.

“Ser diverso nada mais é do que ser diferente. Ser diferente sem ser desigual. O século XX fez ampliar a discussão sobre a diversidade, estendendo o seu sentido para além das relações de gênero, étnicas, geracionais. Nada mais pertinente que a cultura e as localidades para manifestar as diferenças”, diz a publicação.

Na pesquisa, foram consideradas culturas populares de forma geral, comunidades indígenas, afro-religiosas, quilombolas, para crianças e adolescentes, de jovens, comunidades tradicionais, LGBT, para mulheres, para idosos, de comunidades descendentes de nacionalidades estrangeiras e ainda de grupos ciganos.

Somente os dois últimos não foram contemplados por ações no Piauí. A pesquisa considerou atividades desenvolvidas em todas as unidades federativas em 2014.

Sem fundo, sem apoio 

O Piauí foi o único do país, no ano passado, sem um fundo de apoio à cultura. De acordo com a publicação, o fundo “é um instrumento público de fomento às atividades e empreendimentos da produção cultural administrados pela gestão pública local”. A instituição de fundo de cultura é considerado pelo IBGE “um estratégico instrumento de captação de recursos para apoiar, fomentar e impulsionar a produção cultural local, dinamizar e movimentar as expressões artísticas, em geral, e a economia da cultura”.

A ausência de uma fonte de recursos para o financiamento da cultura se reflete em quesitos em que o Piauí aparece com destaque negativo. Uma delas é a média de equipamentos culturais por município. O Piauí ocupou a segunda pior posição do país, com 9,1 equipamentos por cidade. Com a menor média ficou o Tocantins, com 8,4. Com a melhor média ficou o Distrito Federal, com 35. Em seguida ficou o Rio de Janeiro (21) e, empatados no 3º lugar, São Paulo e Espírito Santo (16,9).

Dentre os equipamentos culturais considerados estão centros de artesanato, cinemas, shoppings, galerias de arte, bibliotecas, teatros, museus, livrarias, arquivos públicos, pontos de leitura, bancas de revista, estádios, lojas de discos e CDs, lan houses e unidades de ensino superior, dentre outros.

O Piauí foi também um dos três estados do país que não financiaram, em 2014, nenhuma produção cinematográfica ou ação de turismo cultural. Quanto ao último quesito, Roraima e Paraná também não produziram ações de incentivo. Quanto à produção de filmes em 2014, além do Piauí, somente Roraima e Rondônia também não incentivaram. Todos os outros estados desenvolveram ações de promoção a essas atividades.


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